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Letra da música O Buquê de Espertirina

[Intro: Sample/Caetano Veloso]
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Eu organizo o movimento
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país

[Verso 1: GOG]
Condições de trabalho: as piores possíveis
Fábricas não tinham janelas, abusos horríveis
Acidentes de trabalho sem indenização
Engordando mais e mais o bolso do patrão
Crianças e mulheres: principal mão de obra
Da mesa do banquete ao filete, nada sobra
Salários miseráveis, sem direito a aposentadoria
Péssima situação, além da selvageria
Os dias de barbárie séria estavam contados
E culminou com a guerra dos braços cruzados
Carroceiros, padeiros, trapicheiros, estivadores
Operários, caixeiros, tipógrafos, trabalhadores
Manifestações, motins, ocupações
Por mais respeito, melhores condições
Redução da carga horária que era hostil
Proibição total do trabalho infantil
Atos que foram logo, claro, declarados atentados ao poder soberano do Estado
Se quisessem, tudo poderia ter sido evitado
(Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões)
Amordaçar um povo é fabricar exaltados
A carga da cavalaria da brigada militar entrara em ação
Na missão de controlar, reprimir e restaurar a ordem, custe o que custar
Falta pouco pra chegar onde quero chegar
Já já vão se encontrar povo e força policial
Na procissão do operário morto de forma brutal
Vai ter material de sobra pro Jornal Nacional
Confronto inevitável, batalha campal
Quem me contou a história foi mãe Sebastiana
Tim tim por tim tim, sentada na beira da cama
O final desse encontro, hein, você nem imagina
Descubra o que foi o buquê de Espertirina

[Refrão: Caetano Veloso]
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país

[Verso 2: GOG]
Cultura, aprendizado, ocorrências que narrei
Nos dão noção: sem pressão não evolui a lei
Bom lembrar: o opressor mudou a forma de atuar
Sinto cheiro de enxofre deles no ar
Travestidos, misturados em meio à multidão
Discursos progressistas, reacionários de plantão
O âncora se afunda; no intervalo, comentário: o lixeiro é o mais baixo da escala do trabalho
Filha da Folha, Barbara Gancia é a escolha
O gueto vive a rua e você na sua bolha
Zottolo gritou pro mundo todo ouvir:
“O Brasil não pode ser igual ao Piauí”
Que tanto faz para deixar de existir
O lembrete: existe vida humana por ali
Podem vir apreciar, filmar, se divertir
Mancada o mercenário Stallone mentir
Todos catadores, catadoras, lixeiros
Domésticas, acessoristas, serventes, pedreiros
Não proponho bomba ou tudo pelos ares
Só pra informar que reconheço os meus pares
De boa, cara ou coroa, mesmo que necessite
Eu seguirei rejeitando, na moral, seus convites
Assuma a autoria dos erros que cometeu
Se ninguém ligar a Rede Globo, fui eu
Júlio Medaglia é o autor desse arranjo original
Higo Melo é o mentor da pororoca musical
O velho se faz novo, ó, é a verdade
Assim caminha, se renova a humanidade
O maestro sendo ouvido por toda comunidade
O popular, o erudito, medalha, outra sonoridade
Oportunidade pra quem desconhecia
Caetano, “Tropicália”, versão rap, quem diria

[Refrão: Caetano Veloso]
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país

[Saída: Raquel Trindade]
Eu canto na guerra, como cantei na paz
Pois o meu poema é universal
É o homem que sofre, o homem que geme
É o lamento do povo oprimido, da gente sem pão
É o gemido de todas as raças, de todos os homens
É o poema da multidão
“Meu Canto de Guerra”, de meu pai Solano Trindade

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