A Voz do Brasil
GOG
Presente no(s) disco(s) Vamos Apagá-los com o Nosso Raciocínio (1993).
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Letra da música A Voz do Brasil
Todos em frente! Todos ao ataque!
É chegada a hora de mostrá-los que nós somos
E dizermos de uma vez!
Nós estamos vivos, cremos nisso
Não seremos eternos submissos!
A fórmula pra vencer não inclui o sucesso
Eu sei, o fracasso começa com uma dose de descaso
Esse não pode ser o nosso caso
Então
Alfabetização! Alimentação! Habitação!
Dignidade! Igualdade! Seriedade!
Todos em frente! Todos ao ataque!
Só assim nossos direitos se tornarão realidade
– E enquanto isso, o que eles fazem?
E tudo acaba em samba
Será que nossos problemas acabaram?
– Veja a resposta!
Assassinato sem morte
Trocando ideias, já perdemos altas horas de sono
Tentando encontrar uma saída pacífica
Pra uma das maiores injustiças
O abandono!
Vai, me diz: Como se pode exigir algo
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Desses peregrinos?
Verdadeiros inquilinos das ruas
Que pagam um preço muito alto por esse aluguel!
Se conheceram ali, e confusos, esses marujos
Se descobrem em um barco furado
E, cansados de sofrer, sem saber o porquê
Se perguntam
– Me diz, me diz, o que foi que eu fiz?
Por que estou aqui?
Eu sei, sou prisioneiro, mas que crime
Que eu cometi?
Querem me eliminar
Por todos os lados, vejo estampada a indiferença
A compaixão
Por que será?
E suas perguntas seguem sem respostas
Descobrem, com o tempo
Que as mesmas punhaladas que, hoje, recebem
Também foram dadas sem piedade em seus pais
É demais!
Carregando a cruz sempre pesada
E, mesmo sem cometer falhas, são considerados
Suspeitos!
Suspeitos, que nada
Culpados!
A pobreza, a indigência são carmas com os quais
O sistema psicopata, que queima, que aniquila
Que mata
Não sabe conviver
Não nos peça calma, ironia, você jogou todos nessa
Sua mente fraca, diabólica, só não contava com
Nossa revolta
Nossa volta por cima
– Não nos peça perdão, não vamos perdoar
Pegou pesado, meu caro, pegou pesado
Pegou pesado, meu caro, pegou pesado
Se liga, o clima agora é tensão
Vamos engavetar o mandachuva, o pistolão
Traíras estão na mira, e nossa ira não é só
Pressão
Só que por sorte desses capachos será
Assassinato sem morte!
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Vamos apagá-los… Com o nosso raciocínio
Quem diria tamanho atrevimento de uma raça
Que eles sempre consideraram de símios!
_Sub-raça!
Subalternos, eternos otários, pode crê
Sempre foi um escracho
A maneira pela qual nossos valores foram
Roubados
Deturpados!
Os livros raramente contam os verdadeiros fatos
A história é maquiada e maldosamente criada
Para nos incriminar, denegrir nossa imagem
É assim que trabalha o capitalismo selvagem
Direitos elementares, alimentares
Pasmem!
Na cara dura, negados, o pão de cada dia, na
Sarjeta
Uma gorjeta dada com a pior das intenções
Não para matar a fome
Mas, sim, na dose exata. Para nos manter
Esfomeados
Dependentes dos barões, dos poderosos chefões
Pelegos!
Vamos devolver-lhes o presente de grego
Se liga, agora, véi, sai de baixo!
Você não se tocou, se ferrou, seu campo tá todo
Minado!
Francamente, não somos fracos
Seu erro foi desprezar o adversário
Somos francos atiradores
Perturbando suas últimas horas!
O ataque maciço prossegue!
Uma página na história se escreve!
Sobre o mau político
– Por que você não some daqui?
Acho bom você abrir
Ninguém mais quer te ouvir
Vá!
Antes que alguém te apague
Evite seu próprio massacre
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Você nunca foi a cura
Pelo contrário, eterna doença
A causa de toda essa encrenca
Vá!
Nos deixe em paz!
Falo em nome dos pobres, mendigos
Prostitutas do cais do porto
Onde prolifera o aborto
Não! Não!
O Brasil não está morto!
Se manda com a grana roubada
Eu falo de alma lavada
Você não é você
Você é simplesmente isso
É sujo
É podre!
É lixo!
E suas perguntas seguem sem respostas!
– É demais! É demais!
Subalternos, eternos otários!
– É demais! É demais!
O pão de cada dia, na sarjeta
Uma gorjeta dada com a pior das intenções!
– É demais! É demais!
Se você ouviu, gostou, botou fé
Se você ouviu, gostou, botou fé
Se você ouviu, gostou, botou fé
Estamos juntos pro que der e vier!