Real Periferia
RZO
Presente no(s) disco(s) Todos São Manos (1999).
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Letra da música Real Periferia
[Helião]
São vários manos na na favela
Outros manos lá no parque
Pirituba com chuva ou sem chuva é assim
Se marcar é o fim
Tem que ter a ideia certa
Não basta tem que ser sangue-bom
Que não vacila, que não pira
Pois veja bem, confira
[Sandrão]
Que dó da sociedade todos pensam que nós somos coisa ruim
Na verdade eles são assim
[Negra Li]
Trabalha o dia inteiro, é um androide do sistema
E a noite se recolhe ao preconceito do seu doce lar
[Sandrão]
Essas pessoas têm a alma tão pequena
Tornam mais felizes o diabo e o sistema
Não vivem, sobrevivem, se acham muito humilde
Só que não falam com vizinhos
Tipo nem pensa em ser unido
Se andamos de madrugada pelas ruas, vejam só
Pegam o telefone e nos descrevem à policia
[Helião]
Só tem malícia, sede de atrasa
Gentalha que deixa falha merece salva de bala na cara
[Sandrão]
E assim que vivem brasileiros, mas não todos
Na favela não somos, honramos o que somos
Todo mundo se respeita aqui ninguém vacila
Tão é isso, tão se liga vacilou já toma tiro
[Refrão: Negro Rico (Helião)]
Se é periferia todo dia
Se ficar no sangue-bom é só alegria
Mas fique esperto com patifaria e policia
(Não cai e nem escorrega, não dorme nem cochila)
Mas se é periferia todo dia
Se ficar no sangue-bom é só alegria
Mas fique esperto com patifaria e policia
(Não dorme no barulho, não carrega embrulho)
[Negra li]
Veja bem, escute bem
Periferia todo dia acontece assassinatos
Violência tem que ter consequência
Como saber se o próximo sou eu ou se é você
Por isso atenção pode ser um mané ou seja ladrão
Nada mudará se enquadrar na escuridão
Se liga nesse aviso, é apenas um toque
Na rua a lei é dura, quem não pode sofre
Meu senhor, por favor, paz e amor
Ilumine a periferia e nos livrai de toda dor
É duro comédia quem se acha tão valente
Não tem peito de aço, e carne e osso simplesmente então
Pra que tanta pose se uma doze estoura mente, irmão
Se liga na poli quem respeita é inteligente
Fico doente quando ricos indecentes
Com tanto dinheiro e não estão contentes
Mais que nada nós sabemos o futuro deles, é inevitável
O mundo sempre nos diz
Vai morrer, vai morrer
[Refrão]
[Helião]
Eu me lembro de uma vez foi na favela
Da mandioca na quebrada em Pirituba
Foi na Lua da madruga
E ali são vários manos, pois ali que é o point
[Sandrão]
Só maluco que é, samba no pé
Assim que é, sangue no olho
Crack Owww
[Helião]
Pera ai olha lá vai toma
Lá vem tiroww
O mano correndo pra cima da banca
[Sandrão]
Pera aí olha lá a viatura atrás dele a mil
Dando tiro pra cima de nós
Todos correndo, Deus por nós
[Helião]
Pois viste, foi tiro pra tudo que é lado que existe
E vi que vários manos lá ficaram e tomaram tiro
[Sandrão]
Repressão assim que é, covardia assim que cresce
Primeiro eles atiram pra depois perguntar o que é
[Helião]
Eu ainda não sei tudo que vai rolar ou já rolou
Pra mim o passou é de certo que passou
Tudo isso foi bom, nada foi em vão
[Sandrão]
São vários manos, todos reponsa
Mano de fé, sangue bom
[Helião]
Conosco não há enrosco, aqui não tem sangue canalha
Pois na periferia desrespeito acaba em bala (pa pa)
Os que já se foram verão que falhas são falhas que nada
Melhor não prestigiá-las, siga as palavras
[Refrão]
[Outro: Helião]
Pode acreditar morou mano
Ai, o poder de ser livre está dentro de você maluco
Pois enquanto houver dinheiro vai existir a droga
Pois o dinheiro compra a droga e o consentimento da polícia
E o único prejudicado é o consumidor
Pode crê, não deixe que isso sobreviva a suas custas
Seja útil a quem te ama
Cada um cada um
Pense bem