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Letra da música Malcolm “X” Foi À Meca… Gog Ao Nordeste

[Verso 1: GOG]
Eu era um paciente em crise, em fase terminal
Um Dom Quixote enfrentando o mundo atual
Tinha forças, mas resistiria quanto tempo?
Parecia acelerado, meu redor andava lento
Minhas crenças, minhas loucuras, minha forma de pensar
GOG é humano, mas nessa não posso falhar
E via a festa fúnebre televisiva promovida
Que dia-a-dia adia a minha a sua vida
Tudo parecia uma carta sem resposta
Cada cena que eu gravava..
Não, essa cena corta
Esse grupo, aquele grupo, qual que eu lanço?
Tem que ter moral e garra para entrar na Só Balanço
Recorri aos livros, artigos, aos textos, à leitura
Procurando uma palavra, sinceridade na gravura
Andei, conversei com vários moradores
Artistas, ativistas, autores, grandes atores
Acesso às cadeias, o crime e suas veias
O sistema podre impune, descendo suas teias
E prossegui a minha triste caminhada
Tudo vejo, não entendo, logo eu não sei de nada
Golpeado, alienado, furioso e sem resposta
Descrição do cobrador que bate à sua porta
Ele tem! Eu tenho a cor da pelo definida
Ele traz na sua mente o trauma da mordida
O ódio como herança, embaça o pensamento
O punho violento, imã que atrai o sofrimento
Mas esse cobertor não evitava o frio
Tudo e todos, mexiam com o meu brio
Até que uma viajem mudou a minha história
Relembrada a música do que ficou na memória
Cada qual seu teor, seu valor, seu teste
Malcolm X foi à Meca e GOG ao Nordeste

[Refrão 4x: Kiko Sant’Ana]
Malcolm X foi à Meca…GOG ao Nordeste

[Verso 2: GOG]
Vagou por sub-empregos, drogas, morou na prisão
A trajetória que queriam os comandantes da nação
Mas conheceu o que precisa para manter a mente sã
Desafiando o Tio Sam, se converteu ao Islã
Malcolm X expressou a fúria de milhões
E nos tempos no seu tempo reunia multidões
Experimentou racismo desde o seu nascimento
Revidou e foi chamado de homem violento
O mais raivoso da América
O despertador da negritude periférica
Hoje, agora! É hora de ser feliz
E negros irados, marchavam por direitos civis
Contra todos, e qualquer ato hostil, trabalho servil
Num país tão racista quanto o Brasil
Mas quem dá nome aos porcos é um ser perigoso
Principalmente quando o porco é alguém famoso
Antes de partir para a eternidade
Malcolm foi à Meca e voltou trazendo novidades
Que o demônio não tinha cor branca, nem olhos azuis
E que o sistema era quem alimentava o homem de capuz
Disse: “Estarei com qualquer um, não importa sua cor
Desde que queira mudar sua rotina de horror”
De guerra, que dilacera, impera no planeta
O inimigo geralmente usa gravata e caneta
Salve-se quem puder, Dexter assim que é
Marcha ré no povo, é o que o sistema quer
Te põe a anos pelos quatro cantos do interior
Mandela brasileiro, é você amigo
Com letras conscientes, ao título faz jus
Num país onde a coca-cola comprou Jesus
A notícia é forte, soube no balcão da lanchonete
Malcolm X foi à Meca e GOG ao Nordeste

[Refrão 4x: Kiko Sant’Ana]
Malcolm X foi à Meca…GOG ao Nordeste

[Verso 3: GOG]
Em cada esquina tem um monstro…
Em cada beco tem um monstro…
Em construção, como um prédio inacabado
Rebelião, vários estão amotinados
Nas favelas, nas quebradas, nos presídios
Nas escolas, nos seus lares, nos abrigos
Eu tenho um sonho, vivo um pesadelo
Indecifrável, um formulário sem modelo
Quem acredita, desafia, sempre alcança
E em fim chega ao fim a sede de vingança
“Nas coisas mais simples uma grande lição”
Essa frase li no para-choque de um caminhão
Aconteceu comigo, amigo, algo semelhante
Ao ocorrido com um nobre militante
Filhos de nordestinos, chegamos a Brasília
Destino? Ruas de terra, periferia
Com o passar do tempo, vieram as conquistas
Casa melhor, emprego, asfalto na pista
“Mas aí, a minha melhoria, não significou a dos outros
Não vou esquecer minha origem e nem deixar meu posto”
Fiz do rap minha denuncia, dei nome aos porcos
Provei que a periferia é muito mais que amontoar corpos
E se incomodou ao sistema opressor
Escrevi “Fogo no Pavio”
Arruda me ligou…
Infelizmente injustamente, foi eleito novamente
O povo realmente esquece bem rapidamente
Uma frase dele não me faz parar de refletir
Dita após ele mentir…
“O hip hop é um trem”, luto para ser locomotiva
Quatro ponto um turbinado sou eu GOG na ativa
Bateu um baixo astral, quase desisti
Um grande desrespeito, muita coisa vi, ouvi
Até que uma viajem me trouxe de volta à vida
Renasceu da cinzas o bom e velho GOG das antiga
Uma legião movida pela força de vontade
Pela sede de mudança e criatividade
O Brasil de Norte a Sul é força de verdade
Música é universal, mas tem que ter identidade
Você é o que você pensa, não o que você veste
Malcolm X foi à Meca e GOG ao Nordeste

[Refrão 8x: Kiko Sant’Ana]
Malcolm X foi à Meca…GOG ao Nordeste

[Finalização: Nelson Maca e Coral Backitude]
Negros (Negros)…
Negras (Negras)…
Negros (Negros)…
Negras (Negras)…
Negros (Negros, negros, negros)…

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