Herança do Vício

[Dina Di e Tum intercalam]
Um disrepeito à humanidade
Trato forte a morte a cada esquina
Tantas quebradas marcado uma violenta rotina
Menores liderando vício jardim de infância
Contaminado pelas drogas (Quanta ignorância)
São tantas crianças drogadas, mães desnaturadas
Que dão no pé e outras nem querem saber de nada (É matina)
Várias meninas fazem ponta prostituição
Meu de menores de ruas perdidos na escuridão
A incompetência e a falta de solidariedade
De tantos, pois, mano, são poucos que têm piedade
De uma criança sem pai, sem mãe, desorientada
Sem rumo, passando fome, que dorme em plena calçada
São consequências do fracasso da geração dos seus pais
Do egoísmo, a diferença que a mídia define
A delinquência, a morte de tantas crianças sem sorte
Perdidas procuram refúgio no mundo do crime
Onde lideram um regime fechado, a solidão (Moral)
A dependência das drogas é desenfreada (Brutal)
É uma desgraça que a nossa sociedade recalça
Em sua consciência podre, edita normal
Na boca do lixo a visão de toda decadência
A brutalidade é civil que espanca com frequência
A molecadinha, a drogada é lixão da sociedade
A guerra é nas ruas, explode a marginalidade

[Refrão]
Esse é o futuro, essa é a herança do vício, a criança
Contaminada pelas drogas, quanta ignorância
Chega de morte, violência e agonia
Polícia e traficante em guerra em plena luz do dia
Esse é o futuro, essa é a herança do vício, a criança
Contaminada pelas drogas, quanta ignorância
Chega de morte, violência e agonia
Polícia e traficante em guerra em plena luz do dia

[Dina Di e Tum intercalam]
Um desrespeito à humanidade, a mortalidade infantil
Desnutrição, morte em ação policial
No Carandiru, na Candelária, em Vigário Geral
O bandidismo praticado em nome da lei de ordem atual
É foda, é mau saber que a cada dia que passa, a miséria lidera
Nos bairros mais pobres, periferias, favelas
Salário de fome que some, nada sobra na mesa
Nada supera o desespero de tanta pobreza
A frieza de quem mata um feto, mãe sem piedade
Um recém-nascido largado na porta da maternidade
É, na verdade, esses que hoje tendo a mãe que teve ou tem
Moram nas ruas, no colégio interno ou na FEBEM
Tô Dina Di ou de Tum na fita, Visão de Rua
Realidade das ruas marcada pelo vandalismo
A juventude assassinada, uma infância sem paz
Duramente na cadeia ou no Amarais

[Refrão]
Esse é o futuro, essa é a herança do vício, a criança
Contaminada pelas drogas, quanta ignorância
Chega de morte, violência e agonia
Polícia e traficante em guerra em plena luz do dia
Esse é o futuro, essa é a herança do vício, a criança
Contaminada pelas drogas, quanta ignorância
Chega de morte, violência e agonia
Polícia e traficante em guerra em plena luz do dia

[Tum]
Somos três no infinito
Entre várias (personalidades), só mais três espíritos
Três almas encarnadas
Pra pagar seus carmas
Eu aqui, louca e desgovernada pra salvar o mundo
Você descrente e relaxado que nem vê futuro
Que ignora o [?]
A campanha solidária do agasalho
Preocupado com o recheio da sua seda
Ou com seu carro importado
Vai, nesse pique ao Deus dará
Enquanto isso eu penso mais
Como vai ser quando os moleque acordar
E perceber que o que sobrou pra eles foi o nada
Tipo cuspir na calçada manja
Assim, uns com tanto e eu mal e mal com o necessário
Dividida entre as contas e o estômago
Dividida entre a minha consciência e meter os ganhos
Então, aí me lembro que sempre tem muita gente pior
Não sei se me conforta ou se me desespera
Onde é que tá escrito que diz que tem que ser assim
Fica minha ideia no ar
O problema é uma questão pra você se flagrar

[Refrão]
Esse é o futuro, essa é a herança do vício, a criança
Contaminada pelas drogas, quanta ignorância
Chega de morte, violência e agonia
Polícia e traficante em guerra em plena luz do dia
Esse é o futuro, essa é a herança do vício, a criança
Contaminada pelas drogas, quanta ignorância
Chega de morte, violência e agonia
Polícia e traficante em guerra em plena luz do dia