Sei Que Os Porcos Querem Meu Caixão
Facção Central
Presente no(s) disco(s) A Marcha Fúnebre Prossegue (2001).
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Letra da música Sei Que Os Porcos Querem Meu Caixão
[Verso 1: Eduardo, Dum-Dum]
O boy queria que eu tivesse traficando
Gritando assalto com uma nove pro caixa do banco
Queimando a cara de um refém com cigarro
“Dá a senha filho da puta, anda desgraçado”
O Brasil não aceita pobre revolucionário
O marginalizado defensor do favelado
Fugi do controle, quebrei a algema
Expandi meu veneno, meu ódio, minha crença
Contaminei o povo, revolta incurável
Terrorista verbal, discurso implacável
Pega seu dinheiro e enfia no cu
É caráter lapidado no sangue da Zona Sul
Implantaram a liberdade de expressão assistida
Pra rima agressiva do rapper homicida
Desprendido de mídia, público do shopping
Cuspo na sua TV, na sua porra de Ibope
Ativista aqui sou o próximo da lista
Foda-se a censura, represália da polícia
Se tiver que morrer, aí fazer o que?
Ameaça não intimida Eduardo, não faz tremer
Fala mal de mim, rimador da alegria
Pelo menos não sou puta, não vendi minha ideologia
Não traio a minha história, minha raiz no cortiço
Prossigo minha missão, pra multi sou nocivo
Invadi a mansão igual o rolo compressor
O playboy se borrou com a verdade no televisor
Denunciei sem medo a guerra civil brasileira
Obrigado, favela, pelo FC na camiseta
[Ponte: Eduardo]
Oficial de justiça não apreendeu meu cérebro
Dentro e fora da cadeia, locutor do inferno
Sou periferia em cada célula do corpo
Por isso uma pá de porco tá me querendo morto
[Refrão: Eduardo, (Samples)]
Sei que os porcos querem meu caixão
(Era a brecha que o sistema queria)
Sei que os porcos querem meu caixão
(Avise o IML, chegou o grande dia)
Sei que os porcos querem meu caixão
(Era a brecha que o sistema queria)
Sei que os porcos querem meu caixão
(Avise o IML, chegou o grande dia)
[Verso 2: Dum-Dum]
O preto favelado aterrorizou
Chocou, apavorou, escandalizou
O verso sanguinário conseguiu abalar
Vem pagar um pau, mídia, vem me entrevistar
Vou enfiar no teu rabo meu estereótipo de ladrão
Um careca de jaqueta aqui é rapper, Facção
Não vai te dar notícia com o sangue da vaca rica
Filma o maloqueiro pedindo paz na periferia
Surgiu uma pá de herói, querendo meu sangue, minha caveira
Querendo flash na minha aba, se tornar estrela
Cuzão não entendeu rap não é campeonato
Pra vender CD não precisa do meu fracasso
Faço meu papel, honro meu compromisso
Semeio o ódio contra quem me faz roubar o executivo
Aqui é só outro mano sem boné, sem estudo
Sem currículo, curso, talvez sem futuro
Entendeu, dono do iate, o apoio da favela?
Faço parte dela, sou fruto da cela
Não deram faculdade pra eu me formar doutor
Então a rua me transformou no demônio rimador
Enquanto meu corpo não virar carniça
Eu tô no rádio, no vídeo, lançando minha ofensiva
Nem Cherokee nem piscina nem modelo vadia
Compram a atitude do mano, do quarto e cozinha
A traca verbal, é “um, dois” pra acionar
É só o menino faminto chorar pro Dum-Dum descarregar
Programado pra rimar, buscar a igualdade
Pra ser a ameaça pra sociedade
[Ponte: Dum-Dum]
Oficial de justiça não apreendeu meu cérebro
Dentro e fora da cadeia, locutor do inferno
Sou periferia em cada célula do corpo
Por isso uma pá de porco tá me querendo morto
[Refrão: Dum-Dum, (Samples)]
Sei que os porcos querem meu caixão
(Era a brecha que o sistema queria)
Sei que os porcos querem meu caixão
(Avise o IML, chegou o grande dia)
Sei que os porcos querem meu caixão
(Era a brecha que o sistema queria)
Sei que os porcos querem meu caixão
(Avise o IML, chegou o grande dia)
[Saída: Samples]
(A boca só se cala quando o tiro acerta)
(Se é isso que eles querem então vem me mata)
(E pros filhos da puta que querem jogar
Minha cabeça pros porco, aí tenta a sorte, mano)