Por Trás do Cartão Postal
Eduardo
Presente no(s) disco(s) A Fantástica Fábrica de Cadáver (2014).
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Letra da música Por Trás do Cartão Postal
[Verso 1]
Quem faz check-in pra ver o Cristo Redentor
Ganha tour pela mortandade maior que de El Salvador
As férias com buggy, bonde, praia de nudismo
Incluem 24 milhões próximos do canibalismo
Com motivos pra fazer o Air France sofrer atraso
Com ameaça de bomba, aeroporto evacuado
Se o hotel não for invadido
O clima amistoso é apresentado no musical Rei Leão
Por um Le misérable trepado
Tapete vermelho do país dos campos camuflados
De extermínio, refugiados, trabalhos escravos
Com 96% matriculados aprendendo português
Pra escrever opressão com lençóis no xadrez
No Vietnã sul-americano o massacre é institucionalizado
Por isso delegado faz busca atrás de sequestrado
Tenta achar entre as arcadas de rival da facção
Micro-vestígios do colega de profissão
O indicador financeiro forjado não apaga
Que a nova classe média definha em senzalas
10º Que a infantaria mirim do Congo, Libéria
Não supera os meninos com AK nas 16 mil favelas
Por trás do cartão tem a viatura incendiada
Porque a tropa posiciona preso e dá tiro de borracha
Por trás do cartão tem o site de pornografia
Que expõem criança num sex shop como mercadoria
[Refrão]
Na pátria de chuteira, crânio é bola em presídio
As garotas de Ipanema ganham a vida se prostituindo
A alegria carnavalesca não contagia barraco
E a bossa nova perde pros salmos que embalam caixões doado
Na pátria de chuteira, crânio é bola em presídio
As garotas de Ipanema ganham a vida se prostituindo
A alegria carnavalesca não contagia barraco
E a bossa nova perde pros salmos que embalam caixões doado
[Verso 2]
Desembarcar no paraíso é voltar no passado
Quando seres humanos eram comprados em classificados
Quando máscaras de tortura deformavam rostos
E o conceito “liberdade, justiça e fraternidade” era esboço
Sem salvamento da Otan ou força aliada
Seguimos em trincheiras como a nação mais arrasada
Repleta de arrependido por não ter feito dinheiro
Trazendo chá e coca de Pedro Juan Caballero
Tivesse sido ousado e me capitalizado
Não faria plantão no mercado pelo alimento estragado
Não aparece no reclame do Ministério do Turismo
A ciência que clona físicos subdesenvolvidos
Nem a técnica policial de graxa e areia na bala
Pra ranhura na balística apontar outra arma
A viagem é pelo circuito onde somos filmados
Zerando a conta corporativa do empresário
Onde a despolitização faz a meta do gabinete
Virar Silk da civil, perfeito no colete
Ferramenta pra dar blitz nas loja às nove
Horário em que a TransVip faz o recolhe
Por trás do cartão, meu 155 é encarceramento
Já o boy que mata o pai sai livre depois do julgamento
Por trás do cartão com bunda e fio dental
A mãe visita três filhos no sistema prisional
[Refrão]
Na pátria de chuteira, crânio é bola em presídio
As garotas de Ipanema ganham a vida se prostituindo
A alegria carnavalesca não contagia barraco
E a bossa nova perde pros salmos que embalam caixões doado
Na pátria de chuteira, crânio é bola em presídio
As garotas de Ipanema ganham a vida se prostituindo
A alegria carnavalesca não contagia barraco
E a bossa nova perde pros salmos que embalam caixões doado
[Verso 3]
Sou da ala contra copa e olimpíada
Que crê que verba de estádio devia ser investida em vida
Pra nunca mais de um de nós ter que cobrir o rosto
Ou responder “senhor, comprei a arma na feira do rolo”
O turista vai se divertir vendo as blitz nas vans
Que levam mães e esposas pra presídios de manhã
Tenente adora revirar jumbo, escarrar na macarronada
Quebrar Tupperware, deixar sacola rasgada
Tradição centenária exclusiva do antro
Onde homofóbico preside Comissão de Direitos Humanos
O gringo vai conhecer o povo no fogo cruzado
Que mesmo em saco pra cadáver não sabe que é dizimado
Reocupados com gírias, com ouro do pingente
Vamos cedendo DNA pra genética forense
Reforçando a frase no repite do submundo podre
“Fulano vivo teria tantos anos hoje”
Da hora seria os mano voltando da saidinha
Falando que o ganho não é pra bebida, 212 e farinha
“Aí, Edu, catei 10 mil no estouro do engravatado
9 conto vai pra casa e 1 pra um supletivo acelerado”
Por trás do cartão pessoas com ossatura a mostra
Moram em baixo de lonas, sacos, sobras de obra
Por trás do cartão os Mauricio de Souza usam o talento
Deixando carro no estacionamento pra ver se não tem rastreamento
[Refrão]
Na pátria de chuteira, crânio é bola em presídio
As garotas de Ipanema ganham a vida se prostituindo
A alegria carnavalesca não contagia barraco
E a bossa nova perde pros salmos que embalam caixões doado
Na pátria de chuteira, crânio é bola em presídio
As garotas de Ipanema ganham a vida se prostituindo
A alegria carnavalesca não contagia barraco
E a bossa nova perde pros salmos que embalam caixões doado