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Letra da música Outra Mancha na Calçada

Ratatatá terrorista cuidado pombo a vista guerra foi
notícia em jornal, tv, rádio e revista traficante,
canhão, fuzil, guerra no Afeganistão, no Iraque e no
Brasil aqui tem guerra na periferia policia e bandido
troca tiro todo dia

já temos nosso problema então se
liga mano num temos homens bomba, mas estamos se
matando bandido mata policia, policia mata bandido é
filho que mata pai, pai bebo que mata filho vejo morte
todo dia no cidade alerta, no aqui agora e no linha
direta eu vejo treta toda hora eu vejo tiro na viela,
e tinta vermelha que se espalha na favela

é mãe que chora que se pá acende vela,
filho que ora dentro de uma cela ajoelha
pede pra Deus a salvação e diz que tá
feliz é só dentro do caixão, la no nordeste com fome a
criança quer pão, debaixo da ponte no frio quer
coberta colchão e na favela por falta de dinheiro se
transformou em monstro o servente de pedreiro na fuga
do assalto fez refém numa mansão menos de dez minutos
policia televisão luz câmera e ação filme da vida
real, bandido o pedreiro e o mocinho o policial a
imprensa massacrando o servente, chamando ele de
louco, psicopata e doente é fácil julgar pra quem tá
do outro lado me chama de monstro um pai desesperado
ele só queria ir embora rever sua família

com o dinheiro do assalto tratar da sua filha tem problema
de saúde ela chorava, pedia algum remédio ao pai ela
implorava então me diga, o que o que você faria você
não ter dinheiro e ver sofrendo a sua filha a solução
que ele encontrou foi assaltar o busão na fuga apavoro
e entro naquela mansão a polícia invade a casa tiro a
queima roupa mato aquele mano refém da vida loca a
rone mata tá tá sem dó vacilo viro pó mais um finado
só agora a filha chora, mulher não se conforma pede
pra ser mentira as cenas do aqui agora…

Refrão: Olha lá outro corpo caído no chão, mais um
favelado crivado de bala a mesma cena velório, vela e
caixão e pro sistema é outra mancha na calçada (2x)

Favela, subúrbio, periferia, gueto, policia, bandido,
é tiroteio e medo tortura, brutalidade terror e morte
a vida é realidade não é filme não tem corte não, num
tem corte, nem ator e nem atriz, aqui num tem cachê,
nem dublê e nem final feliz tem mãe chorando ao ver a
panela vazia moleque pedindo tem um trocado ai tia
aquele menino só queria ser honesto pedindo dinheiro
na porta do colégio foi motivo de esculacho, motivo de
risada, zuado, tirado na roda da playboyzada era preto
tava discalço camisa furada tratado como um bicho, um
lixo, um nada vergonha ele passou, alto-estima
destruída queria uma saída, queria muda de vida cansou
de ser tirado o moleque revoltado agora é o terror com
um oitão refrigerado, tem pouca experiência no mundo
do crime vai imitar os ladrão que ele viu no super cine

3 horas da tarde invade a lotérica enquadra a fulaninha
e a mina toda histérica grito, apavoro, entro em
desespero o moleque engatilho, atirou foi certeiro
esqueceu do dinheiro saiu no pinote na esquina trombou
o soldado da morte, sem sorte, o moleque não parou
disparou pela rua, só parou quando levou um tiro na
nuca antes de morre disse o crime é ilusão o caminho é
a cadeia e o final é o caixão não tive outra escolha
outra oportunidade roubei foi por comida e por
necessidade quando a barriga ronca boy você vai sentir
que a vida não é só Europa e Taiti queria ser ator,
jogador ou músico num sô o primeiro ladrão e nem vou
ser o último ter me matado num foi a solução eu morri
aqui mas nasceu mais uns dez ladrão a vida é foda, é
loca, é triste pra essa vida loca nem camisa de força
resiste.

Refrão (2x)

E eu não sou pastor, sou só um pobre coitado um loco
dedicado um mano muito esforçado não quero ser o
melhor homem do mundo pois ele veio aqui foi morto e
crucificado eu descobri que malandragem é trabalhar o
caráter não se compra e nem se encontra em porta de
bar se arrumar e encontrar serviço tá difícil ai
trutão pelo menos tá fácil pro vício um problema a
mais não é necessário é mais fácil entra pro crime ou
trabalhar por um salário o tráfico é uma empresa
multinacional tem soldado, usuário, um grande capital
a saída pra quem não tem mais esperança o crime passa
de pai pra filho como herança fica ligeiro, vai com
cuidado homi, a vida não tem bis, nem replay, num tem
clone a honestidade mano é nosso lema prefiro a mão
cheia de calo do que no pulso a algema.

Refrão: Olha lá outro corpo caído no chão, mais um
favelado crivado de bala a mesma cena velório, vela e
caixão e pro sistema é outra mancha na calçada.(2x)

Sobre Outra Mancha na Calçada

A música Outra Mancha na Calçada, de Conexão do Gueto, foi lançada no disco Até a Última Gota de Sangue, em 2005.

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