
Só Mais Um Maluco
MV Bill
Presente no disco Despacho Urbano (2009) outras versões em Declaração de Guerra (2002).
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Letra da música Só Mais Um Maluco
[Refrão]
Ow, só mais um maluco
Hey, só mais um maluco
Só mais um maluco
Só mais um maluco
[Verso 1]
Direto do hospício que chamam de favela
Aqui mais um maluco que não acredita em novela
Se a vida é bela na tela tudo bem
Quem é louco como eu veste camisa de força também
Minha loucura é simples de ser compreendida
Me transformaram em canibal, em preto suicida
Inconformado mensageiro da verdade
Vendo o povo agonizado às margens da sociedade
Que massacra, destrói, humilha
Transforma seu filho em ladrão e prostitui sua filha
Te escraviza, te humilha, te mata
Enquanto o verdadeiro ladrão usa terno e gravata
Não manuseia fuzil, nem escopeta
Mata milhões de brasileiros só com uma caneta
Fica impune e não vai preso
Ele não é pobre, não é preto
Se for condenado fica em cela separada
Com televisão, frigobar e água gelada
Criminoso com nível superior
Financia a guerra, ódio, o rancor
A burguesia faz questão de não entender
Disca 1-9-0 e manda os homem me prender
O sociólogo me ouve e fica puto
Diz que esse bagulho de Rap é coisa de maluco
Analfabeto, ignorante sem cultura
Diz que quem é sábio com favelado nunca se mistura
Quem diria, que sabedoria
Estudou em outro país e agora tem pavor da maioria
MV Bill, um maluco chapa quente
Que não aceita as covardia assim tão facilmente
Eu to ligado que a elite me odeia
Me chama de bandido e diz que mulher preta é feia
Eu na cadeia sentiriam até pena
Menos um problema EMIVI está fora de cena
O pesadelo que elite não que ter
Bater de frente com alguém da CDD
[Refrão]
Trema na base quando vê o Bill
Chama a polícia quando vê o Bill
Aquele preto com o corpo tatuado
Denunciando a pobreza e a miséria no Brasil
Ow, só mais um maluco
Só mais um maluco
Ow, só mais um maluco
Só mais um maluco
Só mais um maluco
[Verso 2]
A madame se assustou, a favela me deu dez
Quando eu entrei sem camisa de pistola no Free Jazz
Pra quem dúvida ainda tem muito mais
Eu faço apologia não do crime e sim da paz
Roupa branca sem pensar na maioria
Pedir paz sem justiça é utopia
A guerra me parece inevitável
Pra quem vive na posição desfavorável
Sufocada, amontoada aqui no morro
Se a população se revoltar não grite por socorro
É o armamento o povo que vai se formar
Veja seu descaso e arrogância no que vai parar
Pode esnobar quem vive de baixa renda
Quando o sangue bater em sua porta espero que você entenda
E descubra que ser preto e pobre é foda
Sociedade hipócrita só lembra de ser brasileiro na copa
Fora de moda em cima do toque africano
Desobediente, troco o pente enquanto vou falando
Militando, declamando, rimando, versando, brigando
Gritando, morrendo e a mesmo tempo matando
Meu país cadê sua raiz?
Aqui o povo que não luta é chamado de feliz
E segue a risca os padrões da burguesia
A mesma que assimila a dança com pornografia
Influência minha sobrinha e sua tia
Na frente do espelho imitando a coreografia
Incentivando a brutal pedofilia
Eu creio em Deus pai todo poderoso o único que me guia
Se for pra ser feliz assim
Serei maluco até o fim
E se uma guerra amanhã estourar
Sei qual o lado eu vou estar
É muito confuso, é muito sinistro
Quem causa a miséria aqui jura ter amor a cristo
E com seu ar superior não tem respeito
Pelo gay, pelo idoso, pelo pobre e pelo preto
[Refrão]
Trema na base quando vê o Bill
Chama a mamãezinha quando vê o Bill
Aquele preto com o corpo tatuado
Denunciando a pobreza e a miséria no Brasil
Ow, só mais um maluco
Hey, só mais um maluco
Só mais um maluco
Só mais um maluco
Só mais um maluco